Doce Biblioteca

E afinal de contas, o que é biblioteconomia?

Anúncios

Se a gente jogar no google, ele diz que é um substantivo feminino, que faz parte da bibliotecologia que trata dos aspectos da armazenagem, do acesso e da circulação das coleções de livros. E ainda diz que é um conjunto de conhecimentos e técnicas necessários à gestão de uma biblioteca.

Há um quê de inveja no google em dizer só isso. Afinal, ele pra existir precisou de bibliotecários lá para fazer acontecer da melhor maneira. A biblioteconomia é um monte de coisa, meus amigos. Quando comecei a cursá-la, tinha essa mesma visão do google. Algo bem limitado a livros e bibliotecas. E que grande erro cometemos. Eu e o google.

Limitar o bibliotecário a uma biblioteca é como limitar Rihanna à Umbrella. Biblioteca é só o começo.

Pra início de conversa, a gente trabalha mesmo é com informação. E por MUITOS anos, a informação boa, de qualidade, confiável, ficava em materiais tipo livro. Isso, tipo livro. Lá no começo, no começo mesmo, a galera usava couro de animal, colocava pra secar no sol, lavava e escrevia. E fora que a informação pra ser reproduzida precisava de um carinha lá chamado copista. Coitado. Outro dia não aguentei escrever 11 páginas à mão sem xingar mentalmente (muito) a minha professora. Imagina o menino lá que ficava o dia todo no mosteiro pra fazer isso. Tem até umas histórias bizarras de livros feitos com pele humana. Argh.

Aí, veio o papel e o jeito de livro que conhecemos hoje. E muita informação foi produzida. Informação pra caraca. Antes, nossa preocupação como bibliotecário era ser erudito, um ícone de cultura e conhecimento, o maior detentor da sabedoria passou a ser “eita caraca, como a gente vai guardar e achar essas coisas todas aí?” Ou melhor, como meu usuário, um ser independente e racional, poderá achar isso sozinho?

E assim criamos, vários sistemas de organização do conhecimento. Vários modelos que abrangem a informação desde o seu conceito até sua aplicação em qualquer lugar. Temos muita facilidade para encontrar as coisas. Seja na internet, em grandes portais, em sites não indexados (aqueles que o google não acha, rá, recalcado) e até lá naquela parte da web que não pode ser nomeada.

Além de nos preocupar em armazenar, de forma segura, a informação, gostamos muito da parte da disseminação. Quando a gente espalha ela por aí somos mediadores. Agentes de transformação. Seja como contadores de histórias ou como elemento coringa para estratégia competitiva em empresas privadas. Tem empresário que confia em tudo o que a gente faz. Porque cá, entre nós, a gente tem o borogodó. Quando a gente entrega uma informação pro usuário, a gente entrega do melhor que jeito que ele pode entender, seja em pdf, em forma de dança ou gif. O importante é ele saber e ter acesso. De preferência livre.

Sabe aquele site legal que você acessa pra ver filmes e séries? Eles tem vários bibliotecários trabalhando por lá. E aposto que não é na biblioteca de livros que viraram filmes. Porque podemos ser arquitetos da informação. A gente entende tudo dessa danada, rapaz. Seus fluxos, seus mimimis, seus queres, seus porquês. As empresas estão a conhecer nossa magia.

E a informação, essa coisa linda de mamãe, tá em tudo que é canto. E onde há informação, eu posso estar lá. Seja para catalogar, representar, indexar, recuperar, organizar, disseminar da melhor maneira pro meu usuário, seja ele quem for: um comprador no e-commerce, uma criança, um empresário, um advogado e etc.

Biblioteconomia é tudo o que a biblioteca pode ser e MAIS UM TANTÃO DE COISA. Diz a lenda que a maior stalker do mundo, era na verdade uma bibliotecária entediada.

E no caso sou eu mesma.

Brincadeira.

Ou não.

Será?

Anúncios

Anúncios